sábado, 3 de novembro de 2007

Construtor.



Eu me senti exposta, desprotegida, sozinha...
Você me faz ficar desajeitada, insegura, confusa...
E eu fui abandonada em um mundo onde tudo é feito de aspartame. Quem me dera se ao menos você fosse real!

O meu construtor vem e fala tudo o que eu quero ouvir. Ele posiciona cada tijolo no lugar certo. Ele entende tanto de arte. Ele é tão exigente.
E, quando a noite chega, ele vem, ele vem bem devagarzinho, ele vem como quem não quer nada. Ele vem pela minha alma tentando chegar ao meu coração. E ele sabe o caminho, pois ele lê o mapa nas minhas curvas, nos meus olhos e no meu sorriso. Sempre que ele chega, ele faz a mesma coisa. Ele examina os meus batimentos e descansa em minhas artérias, depois ele põe uma bomba lá e vai embora.
É ai que eu caio, caio aos pouquinhos, caio como quem não sente nada. O meu construtor ri, ele sabe que eu não era nenhuma obra prima. O meu construtor vai embora, ele já tem outras coisas para construir...

cons-tru-ir
ru-ir
ir

E eu estou vendo você agora. Você esta falando com ela agora. Você mascou chicletes. Você esta fazendo aquela cara que eu gosto e é a hora do golpe final.
Mergulha, mergulha, mergulha...
Você mergulha para dentro dela. Mergulhador. Você já a ganhou.

No meio dos escombros ainda tem um rádio.
O rádio ainda toca aquela música.
A música que me lembra ele.
Ele é o meu construtor.

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