quarta-feira, 30 de abril de 2008

Mãe, olha o mico

Texto para o TDB da Capricho

Minha mãe me disse que quando ela me segurou nos braços pela primeira vez o seu primeiro pensamento foi: "Deixa eu olhar bem para a carinha dela para que
não troquem minha neném na maternidade." E desde 1991 parece que a única coisa que ela tem feito é olhar bem para a minha carinha, pois nada que eu faça parece passar em branco.
A verdade é que a maioria das lembranças que eu tenho de mim e da minha mãe consiste em nós duas brigando. N
ão importa se eu tenho sete, dez ou dezessete anos, se eu e a minha mãe passamos mais de uma hora juntas, seja ao vivo, por telefone ou pelo computador, cabeças sempre rolam.
Mesmo assim eu n
ão sei o que seria da minha vida sem a minha mãe. Mesmo com tantos gritos, choros e mordidas, existe entre nós um amor que ultrapassa qualquer entendimento ou, no nosso caso, desentendimento. Foram inúmeras as vezes em que eu quis jogar mamãe do trem, mas, se eu estou longe, só penso em traze-la para perto de mim, esquecer todos os traumas e todas as mágoas ainda guardadas e dizer para ela o que eu nunca digo.
A minha mãe é a única pessoa constante na minha vida, muitas vezes ela acreditou mais em mim do que eu mesma. E, mesmo que ela tenha errado de vez em quando, eu sei que tudo o que ela faz é pensando no meu bem e na minha felicidade. E é por isso que eu sei que n
ão importa o que eu faça, eu sempre terei a minha mãe de péssima estrutura emocional me amando da maneira peculiar e especial que só ela sabe.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Tê-lo de volta

Um menino, talvez nem isso
Foi ele quem me desapontou
Ele não deixou nenhuma marca permanente
Mas talvez eu vá sempre me lembrar dele

Espere até que ele veja o meu rosto
Eu não serei mais uma sombra na parede
Ele não terá outras costas para arranhar
Enquanto eu mato dentro de mim o que eu não posso pegar

Esqueça ele
Vá para o próximo

Um outro menino, talvez nem isso
Ele se escondia por trás da barba
Não sabia muito bem como se comportar
Mas talvez alguém o ensine

Espere até que ele desfaça as malas
Eu não serei nem uma lembrança
Ele não terá com o que se preocupar
Enquanto eu mato dentro de mim o que eu não posso pegar

Não perca seu tempo
Aí vem o próximo

Um novo menino, talvez nem isso
Um esnobe narcisista
Foi embora como se a sua covardia fosse comum
Mas talvez isso vá voltar para ele

Espere até que ele sinta minha presença
Eu não me esconderei entre as estantes
Ele não terá outras mãos para segurar
Enquanto eu mato dentro de mim o que eu não posso pegar

Eles não sabem como fuinciona o corpo de uma mulher
Talvez, nunca saberão
Eles não me disseram qual era o mal em me olhar no rosto
Talvez, nunca crescerão

Espere até que eu me fixe em um deles
Mesmo que eu nunca os tenha de volta
Logo eu me acostumo com o próximo a me machucar
Enquanto eu mato dentro de mim o que eu não posso pegar

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Querido, você volta até quando não vem

Meu bem, não sei porque eu continuo com você
Se você nunca esteve comigo
E se o pouco que eu sei sobre quem você é
Aprendi com os seus amigos

Eu sei por quem andas, eu sei antes de você saber
E, se eu finjo surpesa, é na esperaça
De que eu ainda vá ser feita a sua presa
E desse jeito eu sei que você vai me ver

Não me importo com os seus passos, se no final
Você acabar em meus braços
Saber que você também tem esse desejo tão antigo
E nunca mais ter que te chamar de amigo

Quão comum é sentir raiva por estar a sua mercê
Quão comum é te odiar por tanto te querer
Mas, por mais que eu te esqueça
Me falta coragem de te deixar ir

Saiba que eu ainda te trago para junto de mim
Nós somos nós em momentos assim
E, logo depois, eu recomeço como eu
Saio por aí te cobrando o que você não prometeu

E eu já não sei mais viver sem essas crises
Imaginando se você sente falta da minha canção
Que eu fiz só para ver, como é falar o que eu sinto por você
Agora é só esperar o seu próximo deslize

domingo, 20 de abril de 2008

Por trás de todo grande homem...

Texto para o TDB da Capricho

As mulheres jamais dominar
ão o mundo até pararem de lutar umas com as outras. O que impede que nós tomemos as rédeas da situação são os comentários maldosos, as fofocas e as sutis agressões que tem a capacidade de destruir exércitos inteiros.
Nenhum homem possui as artimanhas, a inteligência e a classe de uma mulher. Nenhum homem tem a conciência de que a palavra certa, na hora certa, pode derrubar impérios ou criar heróis. No entando, nenhum homem sofre com a guerra entre as mulheres para agrada-los.
Enquanto nós nos preocupamos com quem tem o cabelo mais loiro, quem é mais magra e quem tem os seios maiores, o "sexo forte" se ocupa de subjulgar-nos, repreender-nos e explorar-nos.
É claro que o mundo estaria em melhores maos com as mulheres, mas, para que isso
aconteça
, nós devemos deixar de ser inimigas umas das outras.